O avanço do tempo e o rápido desenvolvimento tecnológico estão provocando mudanças na realidade econômica, o que inevitavelmente impacta a validade de certas teorias e políticas públicas. Isso ocorre porque as relações de produção, a estrutura do mercado e os padrões de consumo estão se transformando. O desafio para as estruturas estatais e os governantes é acompanhar essas mudanças, revisar teorias econômicas e adaptar suas abordagens para ajustar políticas públicas e ações governamentais.
Em um mundo em constante mudança, observa-se que as maiores dificuldades enfrentadas pelas estruturas estatais e pelos governos em se adaptar a esses novos tempos ocorrem quando os líderes permanecem no poder por um longo período. Países onde os líderes governam por muitos anos, às vezes décadas, tendem a ficar para trás na busca pela modernização e atualização. Isso também se aplica a situações em que os líderes são reeleitos várias vezes, como é o caso do Brasil.
Atualmente, Lula está em seu terceiro mandato como presidente, totalizando 12 anos no cargo, com um intervalo de 12 anos entre seu segundo e terceiro mandatos. Isso levanta preocupações sobre os riscos de um líder político, com poder considerável em um sistema presidencialista, retornar ao governo com ideias e políticas desatualizadas para a realidade econômica, social e política atual.
Durante grande parte do século XX, o Brasil adotou uma abordagem estatizante e intervencionista, defendendo um Estado forte e uma intervenção significativa na economia para promover o desenvolvimento. No entanto, desde os anos 1980, o país foi confrontado com a globalização, que incentivou a abertura econômica, a privatização e a redução da intervenção estatal nos mercados.
Governos posteriores, como o de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso, seguiram políticas de privatização e liberalização econômica, embora mantendo certas empresas estatais como estratégicas. No entanto, durante os governos do PT, inclusive o de Lula, essas empresas estatais foram afetadas por corrupção e má gestão, enfraquecendo sua posição no mercado.
No terceiro mandato de Lula, observa-se uma persistência nas políticas estatizantes e intervencionistas, como evidenciado por sua recente intervenção na Petrobras e tentativas de influenciar empresas privadas, como a Vale. Essas ações, juntamente com propostas de regulamentação de setores como aplicativos de entrega, refletem uma mentalidade antiquada que contrasta com o cenário atual de rápida inovação tecnológica e globalização.
É preocupante que, em um momento de alta dívida pública e déficits fiscais, o governo busque expandir o papel do Estado e interferir no funcionamento do mercado. Isso pode representar um risco para as finanças públicas e a estabilidade econômica do país.