A mídia estatal norte-coreana (KCNA) divulgou nessa segunda-feira (25), que o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, recentemente propôs uma cúpula bilateral com o líder Kim Jong Un, conforme comunicado pela irmã e alta funcionária de Kim Yo Jong.
Entretanto, Kim Yo Jong enfatizou que qualquer encontro dependeria de uma mudança política por parte de Tóquio, acusando o Japão de “antagonizar” a Coreia do Norte.
“O primeiro-ministro deve compreender que apenas desejar e decidir não garantem um encontro com a liderança do nosso país”, declarou o comunicado.
“Se o Japão… tomar uma decisão política para abrir um novo caminho para melhorar os laços com base no respeito mútuo e no comportamento respeitoso, acredito que os dois países podem vislumbrar um novo futuro”, acrescentou.
A cooperação do Japão com a Coreia do Sul e os EUA na contenção do programa de armas da Coreia do Norte, continua sendo uma fonte de tensão, juntamente com a questão do rapto de cidadãos japoneses pela Coreia do Norte nas décadas de 1970 e 1980.
Os EUA afirmaram que “acolheriam bem” o diálogo entre o Japão e a Coreia do Norte, reafirmando que continuarão seus próprios esforços para se comunicar com Pyongyang, embora tais iniciativas tenham sido firmemente rejeitadas pelo Norte.
O ex-primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi foi o último líder japonês a visitar a Coreia do Norte em 2002 e 2004.
Durante a cúpula de 2002, a Coreia do Norte admitiu o rapto de 13 cidadãos japoneses, que foram utilizados para treinar espiões na língua e nos costumes japoneses.
No entanto, ativistas no Japão insistem que o número real de raptados é muito maior que 100. Após a reunião de 2002, a Coreia do Norte permitiu que cinco dos raptados retornassem ao Japão naquele ano. A questão dos raptados continua sendo uma preocupação política importante para o governo de Kishida.
O que disse o Japão?
Nessa segunda-feira (25), Kishida afirmou ao parlamento que as conversações de alto nível são “importantes para resolver questões como a questão do rapto”.
“É por isso que temos feito várias abordagens à Coreia do Norte a um nível diretamente sob o meu controlo, como já disse no passado”, acrescentou.
Kishida disse que não tinha conhecimento do relatório da KCNA e não comentou diretamente o seu conteúdo.
Em sua declaração, Kim Yo Jong indicou que a Coreia do Norte está disposta a melhorar suas relações com o Japão, mas alertou que não haverá avanço se o governo de Kishida continuar a levantar a questão dos rapto de cidadãos japoneses pela Coreia do Norte.