O deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, expressou seu desejo de ouvir delegados da Polícia Federal (PF) sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
Os áudios enviados por Cid a um amigo e divulgados pela revista Veja, sugeriram que o militar estaria sendo pressionado pela PF a corroborar uma narrativa previamente estabelecida pela corporação. Além disso, Cid criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que este já teria decidido condenar os aliados do ex-presidente.
“Com efeito, a colaboração premiada não pode ser subestimada a ponto de perder sua eficácia, tampouco manipulada para atender interesses externos ao processo judicial”, observou Fraga em 22 de março. “É crucial esclarecer completamente e rapidamente o que realmente aconteceu durante a condução do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.”
Fraga apresentou um requerimento para uma audiência pública com o propósito de “ouvir juristas e outros especialistas, inclusive delegados da PF”, visando “aperfeiçoar” o processo. Ele também destacou a importância de direcionar as discussões no país para políticas “voltadas ao presente e ao futuro”.
Segundo o parlamentar, “estamos paralisados em inquéritos que nunca se encerram e prisões que tornam a união nacional impossível”.
Em decorrência do conteúdo dos áudios, a PF está considerando anular o acordo de delação premiada de Cid. No áudio, o tenente-coronel também menciona ter sido coagido a assumir responsabilidades que não cometeu, e afirma ter recebido ameaças de perder os benefícios da delação premiada.
A defesa de Mauro Cid não negou a autenticidade dos áudios e, em nota, declarou que as falas são apenas um desabafo sobre os desafios pessoais, familiares e profissionais enfrentados pelo militar decorrentes da investigação. A defesa enfatizou que tais declarações não interferem no acordo de delação premiada.