O Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde divulgou uma atualização preocupante nesta quinta-feira (21), sobre os casos de dengue no Brasil. Os dados revelaram um total de 2,01 milhões de casos prováveis em 2024, marcando o maior número registrado em um único ano no país. Essa estatística ultrapassa os 1,6 milhão de casos de 2015, que anteriormente detinha o recorde.
A rápida ascensão para dois milhões de casos ocorreu em um tempo extraordinariamente curto de apenas três semanas, contrastando com o período anterior, que demandou cerca de dois meses para atingir o marco de um milhão de casos prováveis.
Atualmente, o coeficiente de incidência da doença no país é alarmante, com 990,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, e uma taxa de letalidade de 0,03 para casos prováveis, aumentando para 3,86 entre os casos graves.
O crescente número de óbitos sob investigação é motivo de preocupação para os epidemiologistas. Enquanto a taxa de letalidade atual é baseada em 682 mortes confirmadas, outras 1.042 estão sob investigação, representando um aumento de 52% em relação às mortes conhecidas pela doença, o que poderá significativamente elevar a taxa de mortalidade.
A escalada dos casos neste ano é atípica, com proporções acima do esperado e ocorrência mais precoce do que o habitual. O Ministério da Saúde estima que o Brasil possa atingir um recorde de 4,2 milhões de infecções até o final do ano.
Diante desse cenário alarmante, 11 unidades federativas (Acre, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) declararam estado de emergência em saúde, juntamente com algumas capitais, incluindo Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis e São Paulo. Essa medida tem validade de seis meses, com possibilidade de prorrogação.
A declaração de estado de emergência, permite a implementação imediata de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos à saúde pública, reduzindo a burocracia para a implementação de ações de combate à doença.
Segundo o ministério, o Distrito Federal apresenta o maior coeficiente de incidência de dengue, com 5.725,8 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais (3.295), Espírito Santo (1.982,5), Paraná (1.653,2), Goiás (1.565,3), Rio de Janeiro (933,1), São Paulo (853,7), Santa Catarina (848,6), Acre (784,4) e Bahia (498,9).
