O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, está ansioso pela filiação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao partido que também abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Costa Neto espera que a filiação aconteça já em junho, mas reconhece que isso dependerá da agenda de Tarcísio. Ele acredita que a entrada do governador, além de ser celebrada com grande pompa, será um grande trunfo para Bolsonaro. “Quando Tarcísio se juntar ao partido, farei a maior festa política que São Paulo já viu. Vou convidar todos os nossos apoiadores no estado. Sua adesão valorizará ainda mais a posição de Bolsonaro”, afirma o líder à VEJA.
Pesquisas eleitorais recentes indicam que o atual governador de São Paulo, é um dos principais nomes cotados para herdar o apoio de Bolsonaro em caso de sua inelegibilidade confirmada para a disputa presidencial de 2026. Uma sondagem da Genial/Quaest divulgada recentemente, coloca Tarcísio com 24% das intenções de voto em um possível confronto com Lula. Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro aparece ligeiramente à frente, com 28%, mas com uma rejeição de 50% do eleitorado, enquanto Tarcísio tem uma rejeição de 30%.
Valdemar Costa Neto revela que Tarcísio pretende deixar o Republicanos “de forma cordial” e tem apoiado candidatos a prefeito do PL nas eleições deste ano. Um exemplo é a disputa em Guarulhos, a terceira cidade mais rica do estado. O PL lançou a pré-candidatura de Lucas Sanches, enquanto o Republicanos tem como pré-candidato o deputado estadual Jorge Wilson Xerife do Consumidor, líder do governo Tarcísio na Assembleia Legislativa (Alesp).
Embora o movimento esteja sendo conduzido discretamente, a filiação de Tarcísio ao PL é vista como certa há algum tempo dentro do Republicanos. Membros da legenda acreditam que a saída do governador pode beneficiar a candidatura de Marcos Pereira à presidência da Câmara dos Deputados. Com o fim do mandato de Arthur Lira, há três nomes principais na disputa: Elmar Nascimento, aliado de Lira, Antonio Brito, da base governista, e Marcos Pereira, que tem promovido uma aproximação com o governo Lula.
Apesar de ter recebido o Ministério dos Portos e Aeroportos no ano passado, o Republicanos declarou que permaneceria independente. A separação da figura de Tarcísio da legenda poderia favorecer a candidatura de Pereira, tornando o partido mais atraente para Lula e sua base aliada.