Deputado afirma que fraude no INSS contou com apoio interno e diz que CPMI seguirá apurando responsabilidades
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que a prisão de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), representa “apenas o primeiro passo” na responsabilização dos envolvidos no esquema de descontos ilegais aplicados a aposentados e pensionistas em todo o país. Stefanutto foi detido nesta quinta-feira, 13, durante uma nova etapa da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF).
Em publicação nas redes sociais, Sóstenes classificou o episódio como a confirmação da existência de uma “organização criminosa que saqueou aposentados, viúvas e órfãos”. O parlamentar elogiou a decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a prisão, e destacou o trabalho do presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
“Ninguém desvia milhões sem cumplicidade dentro do Estado. Ninguém manipula sistemas nacionais sem apoio interno. Ninguém monta um esquema bilionário sem proteção política”, afirmou Sóstenes.
O deputado disse que a comissão parlamentar não deve recuar diante de tentativas de interferência ou “blindagem” política, e declarou que novas prisões e desdobramentos devem ocorrer ao longo dos trabalhos.
“A Justiça começou a se mover na direção certa. Vamos até o fim — pelo aposentado enganado, pela viúva que passou fome, pelo órfão sem amparo e pelo Brasil que se recusa a ser roubado outra vez”, disse.
Operação mira fraude bilionária
A nova fase da Operação Sem Desconto investiga um esquema que, segundo a PF, movimentou valores bilionários por meio de descontos associativos não autorizados em benefícios do INSS. De acordo com os investigadores, empresários, servidores públicos, lobistas e agentes políticos integravam o grupo, que teria manipulado sistemas internos para viabilizar a fraude.
A ação desta quinta-feira envolve a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) e cumpre 63 mandados de busca e apreensão e dez ordens de prisão preventiva em vários Estados e no Distrito Federal.