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segunda-feira, 8 dezembro, 2025
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Oposição reage e acusa Gilmar Mendes de “reescrever a Constituição”

Por Alexandre Gomes

Parlamentares criticam decisão que restringe pedidos de impeachment de ministros do STF

A decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de concentrar exclusivamente na Procuradoria-Geral da República (PGR) o direito de apresentar pedidos de impeachment contra ministros da própria Corte desencadeou forte reação da oposição no Congresso. Deputados e senadores afirmam que o ministro ultrapassou limites constitucionais e interferiu diretamente nas prerrogativas do Legislativo.


“Blindagem inconstitucional”, diz Jorge Seif

O senador Jorge Seif (PL-SC) criticou duramente a decisão, afirmando que o STF “extrapola suas funções” ao alterar, por decisão individual, dispositivos que há décadas regem a responsabilização de autoridades.

“Blindar ministros contra qualquer possibilidade de responsabilização fere a separação de Poderes e enfraquece a República”, declarou Seif.


Sóstenes Cavalcanti: “Usurpação de competência”

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), disse que a medida de Gilmar cria uma regra que não existe na Constituição e contraria diretamente a Lei do Impeachment (Lei 1.079/1950), que permite a qualquer cidadão apresentar denúncia ao Senado.

“Trata-se de usurpação de competência e reescrita unilateral do funcionamento da República”, afirmou.

Ele também alertou que exigir maioria qualificada para admitir pedidos de impeachment — outro ponto da liminar — altera o equilíbrio institucional sem participação do Congresso.


Carlos Viana: “Não existe guardião acima da Constituição”

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) declarou que o Supremo tem o papel de proteger a Constituição, mas não pode se colocar acima dela.

“Nenhuma decisão poderá diminuir o papel do Legislativo quando ele age para proteger a democracia. O Senado continuará exercendo suas prerrogativas com absoluta independência.”


Outros parlamentares falam em “ditadura do Judiciário” e “golpe”

A reação extrapolou as bancadas do PL:

  • Mauricio Marcon (Podemos-RS) afirmou que a decisão confirma que a “ditadura do Judiciário já é uma realidade”.
  • Gustavo Gayer (PL-GO) classificou a medida como um “golpe de Estado”.

O que muda com a liminar de Gilmar Mendes

A decisão suspende parte da lei de 1950 que autorizava cidadãos a pedir o impeachment de ministros do STF e estabelece novos critérios:

🔹 Apenas a PGR pode apresentar denúncias

Cidadãos, parlamentares, organizações civis e partidos políticos perdem essa prerrogativa.

🔹 Senado só pode admitir o processo com 2/3 dos votos

Antes bastava maioria simples.

🔹 Decisões judiciais não podem fundamentar denúncias

A liminar impede o uso de votos, sentenças ou manifestações de ministros como base para pedidos de impeachment.

O caso será analisado pelo plenário do STF em sessão virtual entre 12 e 19 de dezembro, quando os demais ministros decidirão se mantêm ou derrubam a medida.

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