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segunda-feira, 8 dezembro, 2025
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Gilmar Mendes rejeita pedido da AGU e mantém decisão que limita pedidos de impeachment contra ministros do STF

Por Alexandre Gomes

Ministro afirma que pedido de reconsideração “não existe no ordenamento jurídico” e defende urgência da medida

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quinta-feira (4) o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para que ele reconsiderasse a decisão que alterou a aplicação da Lei do Impeachment e restringiu à Procuradoria-Geral da República (PGR) a legitimidade para solicitar o afastamento de ministros da Corte.

Segundo Gilmar, o pedido apresentado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, é “incabível”.

“O ordenamento jurídico brasileiro não contempla o chamado pedido de reconsideração. Trata-se de expediente informal, sem previsão normativa e incapaz de produzir efeitos próprios dos recursos típicos”, afirmou o ministro.

Gilmar destacou que apenas recursos expressamente previstos em lei podem ser utilizados para contestar decisões judiciais — o que não é o caso do pedido da AGU.


“Medida é urgente e protege independência judicial”, diz Gilmar

O magistrado também reafirmou os argumentos usados para intervir na Lei do Impeachment. Para ele, a forma atual de responsabilização de ministros de tribunais superiores é incompatível com a Constituição.

“A submissão de magistrados a um regime de responsabilização incompatível com o texto constitucional compromete gravemente a independência judicial. A medida é urgente e indispensável”, escreveu.

A decisão de Gilmar concentrou na PGR o poder de pedir o afastamento de ministros do STF — retirando essa prerrogativa de cidadãos e parlamentares.


Pedido da AGU ocorre às vésperas da sabatina de Jorge Messias

O movimento da AGU foi interpretado como uma tentativa de distensionar a relação com o Senado, já que o próprio Jorge Messias enfrenta sabatina decisiva na Casa para assumir uma cadeira no STF.

A decisão de Gilmar provocou forte reação no Legislativo, que classificou a mudança como invasão de prerrogativas parlamentares.


Alcolumbre reage: “Grave ofensa à separação dos Poderes”

No plenário do Senado, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), criticou a decisão monocrática do ministro.

“A presidência recebe com preocupação o conteúdo da decisão. Eventuais abusos não podem levar à anulação do comando legal, muito menos por meio de decisão judicial”, afirmou.

Alcolumbre disse ainda que apenas o Congresso poderia alterar regras sobre impeachment:

“Somente uma mudança legislativa poderia rever esses conceitos. Do contrário, há grave ofensa constitucional à separação dos Poderes.”

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