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quarta-feira, 12 março, 2025
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UE responde aos direitos aduaneiros dos EUA sobre o aço e o alumínio com um pacote de medidas de retaliação

Por Alexandre Gomes

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou uma resposta aos novos direitos aduaneiros aplicados pelos EUA às importações de aço e alumínio, revelando um pacote de contramedidas destinadas às exportações americanas.

Na madrugada de quarta-feira, o executivo da UE lançou um conjunto de contramedidas proporcionadas contra as importações dos EUA para a UE, visando uma série de produtos americanos, desde barcos a bourbon e motos Harley-Davidson.

A medida surge em resposta ao que a UE considera serem direitos aduaneiros injustificados e prejudiciais impostos por Washington, que entraram em vigor à meia-noite.

“Lamentamos profundamente esta medida. Os direitos aduaneiros são impostos. São maus para as empresas e ainda piores para os consumidores. Estas tarifas estão a perturbar as cadeias de abastecimento. Trazem incerteza para a economia”, afirmou a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

“Estão em causa postos de trabalho. Os preços vão subir. Na Europa e nos Estados Unidos”, continuou.

Há um mês, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que impõe uma tarifa de 25% sobre as importações de aço, alumínio e produtos derivados relacionados, afetando aproximadamente 26 mil milhões de euros de exportações da UE.

Na altura, a UE condenou a medida, declarando que não hesitaria em retaliar se os EUA prosseguissem com as novas tarifas.

A UE, em particular a Alemanha, é um grande exportador de aço para os EUA. Durante o primeiro mandato de Trump, o bloco respondeu a direitos aduaneiros semelhantes com 2,8 mil milhões de euros em direitos sobre produtos americanos.

Uma resposta em duas fases

As contramedidas da UE serão aplicadas em duas fases:

A 1 de abril, a UE deixará caducar a suspensão das contramedidas existentes de 2018 e 2020 contra os EUA.

Estas medidas visavam uma série de produtos americanos, desde barcos a bourbon e motos Harley-Davidson, abrangendo prejuízos económicos estimados em 8 mil milhões de euros.

Em meados de abril, a UE imporá uma nova série de contramedidas em resposta aos direitos aduaneiros dos EUA. Estas medidas afetarão as exportações americanas avaliadas em 18 mil milhões de euros, elevando a resposta total da UE para 26 mil milhões de euros, o que corresponde à escala das tarifas americanas.

Entretanto, decorrerá até 26 de março uma consulta de duas semanas às partes interessadas, que permitirá aos representantes da indústria e do comércio darem o seu contributo para as novas contramedidas propostas.

O ato jurídico final de aplicação dos direitos aduaneiros deverá entrar em vigor em meados de abril, após aprovação pelos países da UE.

Caminho para a negociação

Apesar da sua reação firme, a Comissão Europeia continua aberta a uma solução negociada.

“Num mundo repleto de incertezas geopolíticas e económicas, não é do nosso interesse comum sobrecarregar as nossas economias com direitos aduaneiros”, salientou von der Leyen.

A presidente da Comissão Europeia encarregou o comissário europeu para o Comércio, Maroš Šefčovič, de retomar as conversações para encontrar uma solução alternativa com Washington.

A resposta da UE segue uma história de disputas comerciais sobre tarifas de aço e alumínio que remonta a 2018, quando a administração Trump impôs pela primeira vez direitos sobre as exportações europeias.

Embora as negociações anteriores tenham levado a uma suspensão das tarifas de retaliação, as últimas medidas dos EUA reacenderam as tensões e levaram a UE a agir.

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