Um documento divulgado por um comitê da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos reacendeu polêmica sobre conexões internacionais envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme publicou a Revista Oeste, um dos e-mails do financista Jeffrey Epstein — bilionário condenado por tráfico sexual e morto em 2019 — cita uma suposta ligação telefônica entre ele e Lula, intermediada pelo linguista norte-americano Noam Chomsky.
O e-mail faz parte do arquivo identificado como 027406, incluído em um conjunto de mais de 20 mil páginas de mensagens e registros relacionados ao caso Epstein, tornado público nesta semana pelo Congresso americano.
O que diz o e-mail divulgado
Na mensagem escrita em inglês, Epstein afirma:
“Chomsky me ligou com Lula. Da prisão. Que mundo.”
O magnata não detalha o teor da conversa, nem o contexto em que ela teria ocorrido. O conteúdo, entretanto, gerou forte repercussão internacional, especialmente pelo histórico de Epstein e pela presença de líderes políticos em sua vasta rede de contatos.
Lula nega: ‘A ligação nunca aconteceu’
Procurada pela Revista Oeste, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência foi taxativa:
“A citada ligação telefônica nunca aconteceu.”
A nota enviada pelo governo Lula, reproduzida pela revista, não responde se o presidente conhece Epstein ou se já esteve com ele pessoalmente em algum momento.
Documentos fazem parte de investigação do Congresso dos EUA
Os arquivos foram obtidos por parlamentares democratas que investigam as conexões de Epstein com figuras públicas de diversos países. Mesmo após sua primeira condenação por exploração sexual de menores, em 2008, o financista continuou circulando entre políticos, acadêmicos e grandes empresários.
A liberação desses dados ocorreu após intimação da Comissão de Supervisão da Câmara, que exigiu acesso a correspondências e registros financeiros do espólio de Epstein. Entre o material divulgado estão trocas de mensagens com:
- Ghislaine Maxwell, atualmente presa por tráfico sexual;
- Michael Wolff, escritor e autor de livros sobre Donald Trump;
- além de e-mails nos quais Epstein comenta tentativas de manter influência entre personalidades de peso no cenário global.
Quem foi Jeffrey Epstein
Epstein era um financista bilionário acusado de comandar uma rede internacional de exploração sexual de menores. Preso em julho de 2019, foi encontrado morto um mês depois em sua cela, em Nova York — oficialmente por suicídio, embora o caso tenha gerado inúmeras suspeitas devido às suas conexões com líderes globais.
Secom responde diretamente à Revista Oeste
O governo federal enviou à revista o posicionamento oficial:
“Prezados da Revista Oeste,
Em relação à matéria disponível no link … esclarecemos que essa informação não procede. A citada ligação telefônica nunca aconteceu.
Atenciosamente,
Secom.”
A divulgação dos e-mails, no entanto, mantém aberto o debate sobre a extensão das relações internacionais de Epstein e até onde chegavam suas conexões com políticos de diferentes países — incluindo, agora, o nome do presidente brasileiro.