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quarta-feira, 12 novembro, 2025
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BC diz que Selic a 15% é suficiente por “período bastante prolongado”, mostra ata

Por Alexandre Gomes

Ata do Copom destaca que o cenário de inflação ainda é desafiador e exige juros elevados por tempo prolongado, com vigilância sobre expectativas desancoradas

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avalia que a taxa Selic em 15% ao ano é suficiente para garantir a convergência da inflação à meta, mas reafirmou que o patamar elevado precisará ser mantido por um “período bastante prolongado”. A avaliação consta da ata da 274ª reunião do comitê, divulgada nesta terça-feira (11).

“Na medida em que o cenário tem se delineado conforme esperado, o Comitê dá prosseguimento ao estágio em que opta por manter a taxa inalterada por período bastante prolongado, mas já com maior convicção de que a taxa corrente é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, disse o BC no documento.

A ata mostra que o BC decidiu manter a taxa básica inalterada e considera que essa estratégia é compatível com o objetivo de trazer a inflação para perto da meta. O colegiado também reforçou que poderá retomar o ciclo de alta dos juros “se julgar apropriado”.

Segundo o texto, o ambiente externo continua incerto, com destaque para a política econômica dos Estados Unidos e as tensões geopolíticas, o que exige cautela de economias emergentes. No cenário doméstico, o Copom aponta moderação no crescimento da atividade, mas ressalta que o mercado de trabalho segue dinâmico.

As últimas leituras de inflação mostram desaceleração, mas o BC observa que o índice segue acima da meta e que as expectativas para 2025 e 2026 continuam em 4,5% e 4,2%, respectivamente, acima do centro da meta de 3%. O comitê classificou o cenário de inflação como “desafiador” e destacou que a desancoragem das expectativas continua sendo motivo de preocupação.

A ata também aponta que a política fiscal tem impacto relevante sobre as percepções de risco e pode afetar a taxa neutra de juros. O texto reafirma a necessidade de coordenação entre as políticas fiscal e monetária e alerta que o enfraquecimento do esforço fiscal ou o aumento de crédito direcionado podem elevar o custo de desinflação.

Nas projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em quatro trimestres está estimada em 4,6% para 2025 e 3,6% para 2026. Para o horizonte relevante de política monetária, no segundo trimestre de 2027, a projeção é de 3,3%, ainda acima da meta.

O Copom ressalta que a política monetária atual “em patamar significativamente contracionista” deve ser mantida para assegurar a convergência da inflação. A decisão de manter a Selic em 15% foi unânime entre os nove membros do comitê, liderado por Gabriel Galípolo.

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