Numa análise das tensões entre França e Alemanha, após o vazamento de uma conversa confidencial entre autoridades de Berlim sobre o fornecimento de mísseis à Ucrânia, a mídia francesa destaca as frequentes divergências entre os líderes dos dois países.
O jornal Le Parisien sugere que o vazamento constrangedor para o governo alemão, pode ser resultado de negligência por parte dos oficiais envolvidos. De acordo com um especialista francês, a videoconferência ocorreu sem a devida criptografia, e um dos participantes se conectou usando seu celular em um hotel em Cingapura, que poderia ter sido infectado com software de espionagem.
Enquanto isso, o Libération analisa as diferenças que marcam a relação entre o chanceler alemão e o presidente francês, com o título sugestivo “Macron, esse latino que irrita Berlim”. Após um encontro em Paris, Macron sugeriu a possibilidade de enviar militares para a Ucrânia, uma ideia prontamente refutada por Scholz ao retornar a Berlim.
Além disso, Scholz insinuou que França e Reino Unido já enviaram militares para a Ucrânia, para instruir o manejo dos mísseis fornecidos, o que irritou Moscou e levantou preocupações sobre uma escalada do conflito.
A falta de consenso estratégico em segurança na Europa, é destacada por especialistas, com Scholz mostrando irritação com a pressão de aliados, especialmente diante das declarações imprevisíveis de Macron.
A diferença de personalidades entre os líderes é evidente, com Scholz sendo descrito como austero e autoconfiante, enquanto Macron é caracterizado como mais espontâneo e teatral. Analistas sugerem que apenas uma vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA poderia melhorar as relações entre os dois líderes, dada a postura do presidente americano em relação à Ucrânia e à Rússia.