Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) registrou um notável aumento nos casos de antissemitismo no Brasil nos primeiros dois meses deste ano, totalizando 602 denúncias. Esse número equivale a quase um terço do total de casos reportados no ano anterior. De acordo com o levantamento divulgado pela entidade, houve um significativo aumento de 263%, correlacionado à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em seu pronunciamento, Lula comparou os ataques de Israel ao Hamas à tragédia do Holocausto, gerando repercussões internacionalmente. O ambiente virtual tem sido o principal cenário para esses ataques, ocorrendo principalmente por meio de mensagens em grupos de WhatsApp e redes sociais.
A Fisesp relatou que, na semana anterior ao discurso de Lula, recebeu 46 denúncias relacionadas a instituições de ensino. Após a declaração do presidente, esse número aumentou para 165 novas denúncias, indicando uma escalada significativa nas hostilidades.
Os dados da federação indicam que as agressões virtuais são predominantes, mas também há relatos de judeus que foram vítimas de agressões verbais em ambientes escolares e universitários. O presidente da Fisesp, Marcos Knobel, alertou que a afirmação de Lula intensificou uma onda antissemita que já estava em curso desde o ataque do Hamas a Israel em outubro do ano anterior. “Os judeus no Brasil estão sendo atacados em qualquer lugar. Inclusive, quatro dessas denúncias são extremamente preocupantes, pois são de jovens em idade escolar que sofreram ataques dentro das instituições de ensino onde estudam, colocando sua segurança em risco”, destacou Knobel, ressaltando a gravidade da situação para a comunidade judaica no país.
