Em Havana, no dia 1º de março, os motoristas cubanos foram pegos de surpresa por uma drástica mudança nos preços dos combustíveis. Durante a noite, os preços subiram cinco vezes, deixando muitos preocupados e atônitos com o repentino aumento. O engenheiro civil e residente de Havana, Luis Collado, expressou sua apreensão, prevendo que, devido ao aumento, ele terá que economizar mais e dirigir menos.
Assim como muitos em Cuba, Collado reconhece a necessidade do aumento de preços, especialmente considerando que a gasolina cubana era uma das mais baratas do mundo. No entanto, ele espera que esse aumento seja acompanhado por uma correspondente elevação nos salários.
Impacto econômico das mudanças nos preços dos combustíveis
Antes do aumento, a gasolina em Cuba era considerada uma das mais baratas do mundo, segundo dados do http://GlobalPetrolPrices.com. Um litro de gasolina “especial” (94 octanas) era vendido por 30 pesos, ou menos de 10 centavos de dólar, com base na taxa de câmbio do mercado negro. Agora, após o ajuste, um tanque de 40 litros de combustível custará 6.240 pesos, ou cerca de US$ 20 no mercado negro. Esse preço está bem acima do salário médio mensal do estado cubano em 2023, que era de 4.856 pesos ou US$ 15,66.
As razões por trás do aumento repentino
Funcionários justificam o aumento dos preços dos combustíveis – incluindo a venda de algumas gasolinas em dólares – como uma medida para ajudar Cuba a adquirir mais combustível e combater os frequentes apagões e a escassez de combustível na ilha caribenha. Em dezembro, Cuba anunciou o aumento do preço da gasolina, além de aumentos direcionados no preço do transporte público, eletricidade e gás de cozinha, numa tentativa de reduzir um crescente déficit fiscal.
Apesar das críticas de que essas políticas são inflacionárias e mal planejadas, os funcionários afirmam que optaram por limitar os aumentos nos preços dos combustíveis a partir de 1º de março ao setor de varejo e continuarão subsidiando serviços públicos, como transporte, para minimizar o impacto sobre os consumidores.