Nesta quinta-feira, 26, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu antecessor, Donald Trump, se enfrentaram em um debate amplamente aguardado, oferecendo aos eleitores uma rara oportunidade de ver os dois candidatos mais velhos à presidência lado a lado. O debate de 90 minutos, o primeiro entre um presidente em exercício e um ex-presidente, foi transmitido pela CNN às 21h ET (01h00 GMT de sexta-feira) e atraiu uma audiência significativa. Um recorde de 84 milhões de espectadores sintonizaram no primeiro debate de Trump em 2016 contra Hillary Clinton.
Ambos entram no debate em Atlanta com vulnerabilidades políticas que representam tanto risco quanto oportunidade. Este confronto ocorre mais cedo do que o habitual, mais de quatro meses antes das eleições de 5 de novembro, e em meio a pesquisas nacionais que mostram os dois homens em empate técnico. Além disso, acontece num momento de profunda polarização e ansiedade entre os eleitores sobre o estado da política americana.
Trump, 78 anos, enfrenta três processos judiciais, incluindo acusações relacionadas aos seus esforços para contestar os resultados das eleições de 2020. Ele precisa convencer os eleitores indecisos de que não representa uma ameaça à democracia, como afirmam seus críticos. Biden, 81 anos, enfrenta pressão para evitar erros verbais e demonstrar vigor, após meses de questionamentos sobre suas capacidades.
Ambos os candidatos têm pouco espaço para erros, já que qualquer deslize pode ser explorado pela campanha adversária. O debate foi descrito por especialistas como potencialmente o mais esperado e importante da história, dado o contexto político polarizado e a proximidade das eleições.
Para Biden, especialmente, qualquer falha poderia reacender especulações sobre sua idade e habilidades, em um momento crítico antes das convenções partidárias. Enquanto as pesquisas mostram uma disputa acirrada nacionalmente, Biden está atrás de Trump em muitos estados decisivos e viu sua vantagem financeira ser erodida recentemente.
Ambos os candidatos enfrentam um eleitorado profundamente ambivalente, com muitos americanos ainda indecisos ou considerando opções de terceiros partidos. O debate foi uma oportunidade para os eleitores como Kathy Elder, 59 anos, que votou em Trump em 2016 antes de mudar para Biden em 2020, avaliarem sua escolha para este ano.
Biden e Trump têm um histórico de tensões e antipatia mútua, evidente desde seu primeiro debate em 2020. O formato do debate desta vez incluiu regras rigorosas para evitar interrupções, como o silenciamento dos microfones quando não era a vez de falar de cada candidato.
Biden enfatizou os riscos para o acesso ao aborto sob uma administração Trump, enquanto Trump focou na gestão de Biden na fronteira sul e na economia, especialmente a inflação. Ambos os candidatos usaram o debate para destacar contrastes em suas visões para o país e para atacar as fraquezas percebidas do outro.
O segundo e último debate da campanha está marcado para setembro.