A Operação Disclosure, deflagrada nesta quinta-feira, 27, pela Polícia Federal, investiga a possível participação de ex-diretores da empresa Americanas em fraudes contábeis que totalizam R$ 25,3 bilhões. Agentes vasculharam 15 endereços ligados aos ex-dirigentes da companhia no Rio de Janeiro.
A ação também visava cumprir duas ordens de prisão preventiva, porém os alvos estavam no exterior e não foram detidos. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que determinou o sequestro de bens e valores superiores a R$ 500 milhões dos investigados.
A investigação apura crimes como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, se condenados, os investigados podem enfrentar penas que chegam a 26 anos de reclusão.
O nome “Disclosure” da operação refere-se à expressão do mercado financeiro que significa divulgar informações relevantes sobre a situação de uma empresa, segundo explicação da PF. A medida visa trazer transparência à situação econômica da companhia.
A Polícia Federal indica que os ex-diretores da Americanas teriam manipulado operações de risco sacado, antecipando pagamentos a fornecedores por meio de empréstimos bancários. Além disso, foram identificadas fraudes em contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), sendo contabilizadas VPCs inexistentes na contabilidade da empresa, de acordo com a investigação.
As investigações tiveram início em 2023, após a Americanas divulgar um déficit de R$ 20 bilhões em seu balanço devido a inconsistências contábeis. A PF iniciou as apurações em conjunto com o Ministério Público Federal e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Posteriormente, dirigentes da empresa colaboraram com o MPF em acordos de colaboração premiada para esclarecer o esquema de fraude no mercado de capitais.