O presidente e gestor de investimentos da Verde Asset, Luis Stuhlberger, admitiu arrependimento nesta terça-feira (7), por ter confiado que o atual governo faria esforços para equilibrar as contas públicas. Durante uma reunião com investidores, ele expressou seu pesar por ter acreditado na seriedade fiscal do PT.
Stuhlberger explicou que sua percepção mudou quando o governo não apenas alterou as metas para os resultados fiscais dos próximos anos, mas também apresentou um projeto orçamentário para 2025 que ele descreveu como uma “peça de ficção”, prevendo um aumento nas despesas próximo ao limite do marco fiscal (2,5%), baseado na premissa de um aumento das receitas em 3,5%.
Esses comentários explicam a decisão de Stuhlberger de ajustar sua carteira de investimentos com base na perspectiva de piora das condições fiscais, após as perdas no ano anterior atribuídas à situação das contas públicas.
Devido à facilidade em mudar o arcabouço fiscal, o gestor destacou que o risco fiscal voltou a ser uma preocupação, apesar da queda da inflação e da posição favorável nas contas externas do Brasil.
Ele prevê que o Banco Central será mais cauteloso, especialmente diante da situação internacional e do mercado de trabalho aquecido, o que pode desacelerar a desinflação de serviços.
Stuhlberger acredita que o Banco Central brasileiro não apenas reduzirá o ritmo de cortes de juros para 0,25 ponto percentual, possivelmente já nesta quarta-feira (8), mas também adotará um tom mais rígido em seus comunicados.
Ele criticou as novas despesas criadas pelo governo Lula, que, segundo ele, comprometeram todo o espaço fiscal disponível nos orçamentos dos próximos anos.
Diante desse cenário, Stuhlberger trocou títulos do tesouro brasileiro por títulos do tesouro americano, apostando na diferença de taxas, que chegou a ser significativa durante o governo Dilma Rousseff, devido à irresponsabilidade fiscal.
