Centenas de manifestantes marcharam em direção ao Palácio do Planalto, em um ato de insatisfação durante a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e líderes de diversas etnias indígenas.
Às 15h desta quinta-feira (25), os manifestantes partiram do Acampamento Terra Livre, uma mobilização organizada pelo movimento indígena no Complexo Cultural Funarte, em direção à Praça dos Três Poderes. Carregando cartazes exigindo a demarcação de terras e repudiando o marco temporal, que limita a reivindicação de terras ocupadas até 5 de outubro de 1988, o grupo se posicionou diante do Planalto em um gesto de resistência e protesto.
A reunião, destinada a discutir demandas indígenas e a questão das demarcações territoriais, ocorreu em meio a crescentes pressões sobre Lula para expandir os processos de demarcação de terras. Embora inicialmente prevista para receber 40 líderes indígenas, apenas 24 compareceram ao encontro.
Entre as entidades representadas estavam a Apoinme, Arpinsudeste, Arpinsul, Aty Guasu, Comissão Guarani Yryrupa, Conselho Terena e Coiab.
Nos bastidores, circulam informações de que Lula não foi convidado para participar do Acampamento Terra Livre deste ano, em contraste com sua presença nas edições anteriores em 2022 e 2023, o que é visto como um sinal de descontentamento.
Além das demandas pela demarcação de terras, os indígenas têm expressado frustração com o recente anúncio do presidente de que apenas duas terras indígenas seriam demarcadas, um número consideravelmente abaixo das expectativas da comunidade. Lula justificou sua decisão, alegando a necessidade de resolver questões prévias, como conflitos com fazendeiros em determinadas regiões.