Economistas Advertem: Nova Meta Fiscal para 2025 Pode Comprometer Futuro Econômico do Brasil
Especialistas ouvidos pela Folha expressam preocupações sobre a meta fiscal estabelecida em zero para o ano de 2025, argumentando que ela enfraquece a estrutura fiscal do país e representa uma proposta excessivamente ambiciosa por parte da equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Esta decisão, segundo eles, impõe um desafio significativo para o próximo governo.
A mudança na meta é vista como uma flexibilização na trajetória das contas públicas. Inicialmente, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia prometido alcançar um superávit de 0,5% do PIB no próximo ano e atingir um resultado positivo de 1% do PIB até 2026, último ano do mandato atual.
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda, critica a decisão, afirmando que ela representa um impacto negativo para a economia, resultando em mais gastos públicos, aumento da dívida e desafios mais complexos a serem enfrentados. Ele destaca que o governo atual está transferindo o ônus do ajuste fiscal para o próximo governo, o que provavelmente acarretará em custos ainda maiores.
Outros economistas compartilham preocupações semelhantes. Zeina Latif destaca que o novo arcabouço fiscal não é robusto o suficiente e depende fortemente do aumento da receita, além de apresentar lacunas significativas. Cristiane Schmidt alerta para a falta de margem de manobra no orçamento para futuros presidentes, enquanto Sergio Vale aponta que o governo enfrentará dificuldades para alcançar a nova meta.
Luiz Carlos Mendonça de Barros enfatiza as dificuldades de um governo como o de Lula em perseguir o superávit fiscal, enquanto Felipe Salto destaca que é cedo para fazer alterações nas projeções, mas que a piora nas previsões do governo é um sinal preocupante.
José Roberto Afonso pondera que é natural ajustar a meta fiscal de acordo com mudanças nos cenários econômicos, tanto internos quanto externos.
Em resumo, os economistas alertam para os desafios significativos que a nova meta fiscal para 2025 pode representar para a economia brasileira, destacando a importância de uma gestão fiscal responsável e adaptável às circunstâncias em constante mudança.