A força-tarefa encabeçada pelo Governo do Rio de Janeiro para lidar com os danos provocados pela contaminação do tolueno, que resultou na paralisação do sistema de abastecimento de água Imunana-Laranjal, recebeu um reforço importante do Ministério Público do Estado. O órgão de controle passa a acompanhar de perto as ações e investigações por meio do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE). A iniciativa, determinada pelo governador Cláudio Castro, conta com representantes das secretarias estaduais do Ambiente, da Polícia Civil e da Polícia Militar, além do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae).
“O trabalho integrado com o MPRJ representa um avanço significativo para a força-tarefa. Essa parceria agiliza as respostas à população fluminense. Nossas equipes estão empenhadas na identificação dos responsáveis, que serão punidos exemplarmente. A conversa com os promotores foi muito positiva, e essa integração dos trabalhos é um auxílio muito bem-vindo”, ressaltou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
A reunião de integração do Ministério Público com a força-tarefa contou com a presença de Rossi, do presidente do Inea, Renato Bussiere, e do presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon. A contaminação por tolueno foi detectada na última quarta-feira, dia 3 de abril, resultando na suspensão das operações da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Sistema Imunana-Laranjal, que só foi retomada às 22h42 de sexta-feira. Equipes do Inea já coletaram mais de 170 amostras de água em mais de 50 pontos das áreas às margens do Rio Guapiaçu, onde o derramamento do contaminante foi identificado.
A investigação policial foi iniciada imediatamente após a confirmação da contaminação, com a abertura de um inquérito pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). Até o momento, oito representantes de 16 empresas que operam na região e que podem ter utilizado tolueno em suas atividades foram ouvidos pelos investigadores, que também cumpriram mandados de busca nas sedes dessas empresas.
A garantia do abastecimento de água para a população de Niterói, São Gonçalo, parte de Maricá, Itaboraí e da Ilha de Paquetá continua sendo uma prioridade do Governo do Estado, que também está empenhado em reduzir a quantidade de poluentes na água do manancial. Na ETA Imunana-Laranjal, a água tratada apresenta índice zero de tolueno.
O coordenador de trabalhos do Ministério Público, promotor Thiago Veras, enfatizou que o MPRJ atua no Grupo de Trabalho Temporário da área ambiental, juntamente com promotores da região, Secretaria do Ambiente e Sustentabilidade, Inea, Petrobras e Concessionárias.
“Nossos objetivos neste momento são evitar novos desabastecimentos, garantir a qualidade da água e chegar à causa da poluição para responsabilizar o poluidor em todas as esferas”, destacou o promotor Thiago Veras, acompanhado na reunião pelos promotores Alexandre Maximino e Gisela Pequeno, além de técnicos do GATE.
Entre as ações discutidas pelo MPRJ, pela Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade e pelo Inea, está o alinhamento de estratégias de restauração florestal, visando reduzir os impactos de eventos como a contaminação por tolueno e aumentar a segurança hídrica, a qualidade e a quantidade de água na região.