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domingo, 29 setembro, 2024
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A invasão silenciosa da inteligência artificial: Como a cultura está sendo moldada por modelos sintéticos

Por Alexandre G.

A proliferação massiva de modelos artificiais produzidos por inteligência artificial (IA) está se tornando cada vez mais evidente em nossos feeds e nas buscas online. No entanto, os impactos vão muito além do que aparece em nossas telas, afetando profundamente toda a cultura e se infiltrando nas instituições fundamentais.

Um exemplo disso é observado no campo científico. Após o lançamento bem-sucedido do ChatGPT-4 pela OpenAI, um dos modelos de IA mais avançados, a linguagem da pesquisa científica começou a sofrer mudanças devido ao uso dessa tecnologia.

Um recente estudo publicado no arxiv.org analisou o conteúdo modificado por IA em larga escala e o impacto do ChatGPT nas revisões por pares de conferências sobre IA. Essas revisões são cruciais para o avanço científico, sendo pronunciamentos oficiais de pesquisadores sobre o trabalho de seus pares. O estudo revelou que, em algumas dessas conferências, houve um aumento significativo no uso de termos como “meticuloso” (quase 3.400%), “louvável” (cerca de 900%) e “complexo” (mais de 1.000%) em comparação com anos anteriores. Isso sugere um padrão de uso crescente de ferramentas de IA por pesquisadores na revisão de trabalhos científicos.

Essas expressões são comumente encontradas nos modelos de linguagem modernos, como o ChatGPT. Isso levanta questões sobre a ética do uso de IA nesse contexto e destaca a falta de clareza sobre onde traçar a linha entre o uso legítimo e a fraude.

Além disso, a influência da IA se estende a outras áreas, como redes sociais, publicações de livros e criação de conteúdo online. As plataformas são inundadas com conteúdo gerado por IA, desde respostas automáticas até músicas e textos completos.

Essa proliferação de conteúdo sintético levanta preocupações sobre o impacto na cultura humana e na compreensão da realidade. As empresas de IA mostram relutância em abordar essas preocupações, o que ressalta a necessidade de regulamentação para proteger nossa cultura comum.

Assim como o movimento ambientalista buscou regulamentar a poluição, é necessário agora uma ação semelhante para proteger nossa cultura da poluição digital. Isso pode envolver a implementação de marcas d’água avançadas para identificar conteúdo gerado por IA e medidas legislativas para garantir sua aplicação. É crucial reconhecer que a proteção da cultura é uma responsabilidade compartilhada e requer ação coordenada tanto das empresas quanto dos órgãos reguladores.

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